Edgar Allan Poe, a genialidade detrás de uma mente perturbada.
Edgar Allan Poe é filho de atores, e foi órfão muito cedo, sendo adotado por uma família de Virgínia. Teve uma boa educação e entrou para a Universidade de Charlotesville na Academia de West Point. Embora fosse bom aluno, era indisciplinado.
Enfrentou problemas de ordem familiar depois da morte de sua mãe adotiva e do casamento de seu pai com uma jovem, o que fez com que não tivesse direito aos bens.
Os poemas e contos de Poe eram destaque nos EUA. Chegou a ganhar concursos literários, como o da revista “Southern Literary Messager”, cujo dono, Thomas White, o convidou para dirigir a publicação. Porém, por conta de seus problemas com o alcoolismo, Poe corta os laços profissionais com White.
Foi um autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense, fez parte do movimento romântico americano. Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos e é considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por contribuição ao emergente gênero de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido a tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma vida e carreira financeiramente difícil.
Ele nasceu como Edgar Poe, em Boston, Massachusetts; quando jovem, ficou órfão de mãe, que morreu pouco depois de seu pai abandonar a família. Poe foi acolhido por Francis Allan e o seu marido John Allan, de Richmond, Virginia, mas nunca foi formalmente adotado. Ele frequentou a Universidade da Virgínia por um semestre, mas a deixou por falta de dinheiro.

Universidade da Virginia. (Charlottesville, EUA)
Poe mudou seu foco para a prosa e passou os próximos anos trabalhando para revistas e jornais, tornando-se conhecido por seu próprio estilo de crítica literária. Seu trabalho o obrigou a se mudar para diversas cidades, incluindo Baltimore, Filadélfia e Nova York. Em Baltimore, em 1835, casou-se com Virginia Clemm, sua prima de 13 anos de idade. Em Janeiro de 1845, Poe publicou seu poema The Raven, foi um sucesso instantâneo. Sua esposa morreu de tuberculose dois anos após a publicação. Ele começou a planejar a criação de seu próprio jornal, The Penn (posteriormente renomeado para The Stylus), porém morreu antes que pudesse ser produzido. Em 7 de Outubro de 1849, aos 40 anos. Provavelmente a morte de sua mulher agravou o problema. O escritor passou a suicidar-se aos poucos, bebendo cada vez mais e já sofrendo os primeiros ataques de delirium tremens. Numa viagem a Nova York, para tratar de negócios, parou em Baltimore e hospedou-se numa taberna onde se distraiu durante horas bebendo com amigos. Mais recentemente, foi apresentada uma prova crível de que a morte do escritor foi causada por raiva.
O funeral de Poe ocorreu em 8 de outubro de 1849, uma segunda-feira, às 16 horas. Foi uma cerimônia simples à qual assistiram poucas pessoas. Henry Herring, o tio de Edgar, providenciou um caixão simples de mogno, e um primo, Neilson Poe, o carro fúnebre. A esposa de Moran forneceu o sudário. O funeral foi presidido pelo reverendo W. T. D. Clemm, primo de Virginia, esposa de Poe. Também foram ao funeral o Dr. Snodgrass, advogado de Baltimore e antigo amigo da Universidade de Virginia, Collins Lee, primo de Poe, Elizabeth Herring e seu marido, e Joseph Clarke, um antigo amigo de escola. A cerimônia inteira durou somente três minutos. A tarde era fria e úmida. O reverendo Clemm decidiu que não valia a pena pronunciar um sermão devido ao pouco público. O sacristão George W. Spence descreveu o tempo que fazia da seguinte forma: “Era um dia escuro e sombrio, sem chuva, mas um tipo bruto e ameaçador”. Poe foi enterrado em um esquife barato a que faltavam alças. Tinha uma placa e era forrado com pano, com uma almofada para a sua cabeça.
No dia 3 de Outubro de 1849, Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, com roupas que não eram as suas, em estado de delirium tremens, e levado para o Washington College Hospital, onde veio a morrer apenas quatro dias depois. Poe nunca conseguiu estabelecer um discurso suficientemente coerente, de modo a explicar como tinha chegado à situação na qual foi encontrado. As suas últimas palavras teriam sido, de acordo com determinadas fontes, “It’s all over now: write Eddy is no more”, em português, “Está tudo acabado: escrevam Eddy já não existe.”
“Contos de Terror”
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“Poe e suas obras influenciaram a literatura nos Estados Unidos e ao redor do mundo, bem como em campos especializados, tais como a cosmologia e a criptografia. Poe e seu trabalho aparecem ao longo da cultura popular na literatura, música, filmes e televisão. Várias de suas casas são dedicadas como museus atualmente.”
História
Depois de frequentar a escola de Misses Duborg em Londres, e a Manor School em Stoke Newington, Poe regressou com a família Allan a Richmond em 1820, e registrou-se na Universidade da Virgínia, em 1826, que viria a frequentar durante um ano apenas. Desta viria a ser expulso graças ao seu estilo aventureiro e boêmio.

Na sequência de desentendimentos com o seu padrasto, relacionados com as dívidas de jogo, Poe alistou-se nas forças armadas, sob o nome Edgar A. Perry, em 1827. Nesse mesmo ano, Poe publicou o seu primeiro livro, Tamerlane and Other Poems. Depois de dois anos de serviço militar, acabaria por ser dispensado. Em 1829, a sua madrasta faleceu, ele publicou o seu segundo livro, Al Aaraf, e reconciliou-se com o seu padrasto, que o auxiliou a entrar na Academia Militar de West Point. Em virtude da sua, supostamente propositada, desobediência a ordens, ele acabou por ser expulso desta academia, em 1831, fato pelo qual o seu padrasto o repudiou até a sua morte, em 1834.

O chalé onde morreu Virginia e onde Poe passou seus últimos meses, recluso.
Adaptação do conto de Edgar Alan Poe, “O Gato Preto”.
(Animação produzida pela Escola Animada de Contagem/MG)
Parte única
Em 1837, Poe mudou-se para Nova Iorque, onde passaria quinze meses aparentemente improdutivos, antes de se mudar para Filadélfia, e pouco depois publicar The Narrative of Arthur Gordon Pym. No verão de 1839, tornou-se editor assistente da Burton’s Gentleman’s Magazine, onde publicou um grande número de artigos, histórias e críticas. Nesse mesmo ano, foi publicada, em dois volumes, a sua coleção Tales of the Grotesque and Arabesque, que apesar do insucesso financeiro, é apontada como um marco da literatura norte-americana.
Durante este período, Virgínia Clemm soube sofrer de tuberculose, que a tornaria inválida e acabaria por levá-la à morte. A doença da mulher acabou por levar Poe ao consumo excessivo de álcool e, algum tempo depois, este deixou a Burton’s Gentleman’s Magazine para procurar um novo emprego. Regressou a Nova Iorque, onde trabalhou brevemente no Evening Mirror, antes de se tornar editor do Broadway Journal. No início de 1845, foi publicado, no jornal Evening Mirror, o seu popular poema The Raven (em português “O Corvo”).
“O Corvo”
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Em 1846, o Broadway Journal faliu, e Poe mudou-se para uma casa no Bronx, hoje conhecida como Poe Cottage e aberta ao público, onde Virgínia morreu no ano seguinte. Cada vez mais instável, após a morte da mulher, Poe tentou cortejar a poeta Sarah Helen Whitman. No entanto, o seu noivado com ela acabaria por falhar, alegadamente em virtude do comportamento errático e alcoólico de Poe, mas bastante provavelmente também devido à intromissão da mãe de Miss Whiteman. Nesta época, segundo ele mesmo relatou, Poe tentou o suicídio por sobredosagem de láudano, e acabou por regressar a Richmond, onde retomou a relação com uma paixão de infância, Sarah Elmira Royster, então já viúva.
Diferentemente da maioria dos autores de contos de terror, Poe usa uma espécie de terror psicológico em suas obras, seus personagens oscilam entre a lucidez e a loucura, quase sempre cometendo atos infames ou sofrendo de alguma doença. Seus contos são sempre narrados na primeira pessoa.
Últimas cartas e obras
Quanto a seu trabalho literário de 1849, nos seus últimos poemas o sentimento dominante é de uma intensa melancolia, às vezes visionária, como observado em To my mother, Annabel Lee, The Bells. Seus relatos parecem, alguns, fruto do desespero e do derrotismo mundanos (Hop-Frog) e outros simplesmente da aspiração de paz e beleza definitivas, como em El cottage de Landor (seus últimos versos). Dentro da obra epistolar de Poe, intensa durante toda sua vida, é particularmente chocante a leitura daquela de seus últimos meses. Nessas cartas o poeta dava provas contínuas de seu deplorável estado de saúde física e mental.
“Cheguei aqui com dois dólares, dos quais te mando um. Oh, Deus, minha mãe! Nos veremos outra vez? Oh, VEM se podes! Minhas roupas estão em um estado tão horrível e me sinto tão mal…”—A Maria Clemm, recém chegado a Richmond.
Em uma carta também de seus últimos meses (para Maria Clemm, em Richmond, 19 de julho de 1849), reconhece haver sofrido um delirium tremens:
“Durante mais de dez dias estive totalmente transtornado, fora de mim, ainda que não tenha bebido uma só gota [de álcool]; durante esse lapso, imaginei as calamidades mais atrozes. Foram somente alucinações, consequência de um ataque como jamais havia experimentado em minhas carnes, um ataque de mania-à-potu [delirium tremens].”
O pressentimento de seu iminente final aparece em uma carta a sua noiva Annie Richmond (abril ou maio de 1849).
“Tais considerações meramente mundanas carecem do poder de me deprimir… Não, minha tristeza é inexplicável, e isto me entristece mais ainda. Estou repleto de tenebrosos pressentimentos. Nada me anima, nada me consola. Minha vida parece feita para se perder; o futuro me parece um terreno baldio pavoroso, mas penso em seguir lutando por ter ‘esperança contra toda esperança’.”
Em uma de suas últimas cartas a Maria Clemm Poe expressa diretamente seu desejo de morrer pedindo, inclusive, à sua tia, o único ser vivo com o qual tinha uma afetividade terna, que morresse ao seu lado:
“Não nos resta senão morrer juntos. Agora já de nada serve argumentar comigo; não posso mais, tenho que morrer. Desde que publiquei Eureka, não tenho desejos de seguir com vida. Não posso terminar nada mais. Pelo teu amor era doce a vida, mas temos de morrer juntos (…) Desde que me encontro aqui estive uma vez na prisão por embriaguez, mas naquela vez eu não estava bêbado. Foi por Virginia.”—A Maria Clemm, 07/07/1849[20]
Na última, entretanto, escrita três semanas antes de seu falecimento, mostra um aspecto contrário:
“Os jornais têm me elogiado; em todas as partes me recebem com entusiasmo.”
Dois dias após a morte de Poe, apareceu um obituário, assinado por “Ludwig”. Posteriormente se supôs que o autor havia sido o escritor e editor Rufus Wilmot Griswold, que chamava Poe de uma estrela “brilhante, mas errática”. Griswold havia tentado difamá-lo para fazer Poe universalmente odiado, inclusive antes de sua morte, e depois dela continuou com seus intentos. No obituário, Griswold declara que Poe era conhecido por caminhar delirante pelas ruas, falando sozinho. Também disse que Poe era excessivamente arrogante, que assumia que todos os homens eram vilões, e que se enojava facilmente. Grande parte dessa caracterização foi tomada quase textualmente da do fictício Francis Vivian em The Caxtons de Edward Bulwer-Lytton. Impresso pela primeira vez no New York Tribune, o obituário de Ludwig logo se converteu na caracterização clássica de Poe.
Griswold havia sido agente de muitos escritores estado-unidenses, mas não está claro se Poe o designou como seu executor literário ou se Griswold tomou o cargo por meio de um engano ou um erro da tia e sogra de Poe, Maria. Em todo caso, ele apresentou uma coleção de as obras de Poe que incluía um artigo biográfico intitulado “Memórias do autor” (“Memoir of the Author”), no qual mostrava Edgar como um depravado, um bêbado e um louco perturbado pelas drogas. Acredita-se que a maior parte do artigo foi inventado por Griswold, já que foi denunciado por aqueles que conheceram Poe, entre eles Sarah Helen Whitman, Charles Frederick Briggs e George Rex Graham. Contudo, o relato de Griswold alcançou muita popularidade, em parte porque era a única biografia completa disponível, e em parte porque foi amplamente re-impressa. Seguiu sendo popular por muito tempo porque muitos leitores assumiram que Poe como pessoa havia sido similar a seus personagens fictícios ou simplesmente estavam encantados de ler a obra de um homem “mal”.
Não houve uma biografia fiável de Poe até a aparição da de John Ingram, em 1875. Em 1941, Arthur Hobson Quinn apresentou evidências de que Griswold havia falsificado e reescrito uma série de cartas de Poe que estavam incluídas nas suas Memórias do autor. Por então, a descrição feita por Griswold de Poe já se havia consolidado na mente do público, não somente nos Estados Unidos, mas em todo o mundo. Essa imagem distorcida se converteu em parte da lenda de Poe, apesar das numerosas tentativas de corrigi-la.
Obras de Edgar A. Poe
- A Dream (1827)
- A Dream Within a Dream (1827)
- Dreams (1827)
- Tamerlane (1827)
- Al Aaraaf (1829)
- Alone (1830)
- To Helen (1831)
- Israfel (1831)
- The City in the Sea (1831)
- To One in Paradise (1834)
- The Conqueror Worm (1837)
- The Narrative of Arthur Gordon Pym (1838)
- Silence (1840)
- A Descent Into the Maelstrom (1841)
- Tell Tale Heart (1843)
- Lenore (1843)
- The Black Cat (1843)
- Dreamland (1844)
- The Purloined Letter (1844)
- The Divine Right of Kings (1845)
- The Raven (1845)
- The Philosophy of Composition
- Ulalume (1847)
- Eureka (1848)
- Annabel Lee (1849)
- The Bells (1849)
- Eldorado (1849)
- Eulalie (1850)
- The Valley Of The Unrest
- Bridal Ballad
- The Sleeper
- The Coliseum
- Sonnet:To Zante
- To One in Paradise
- The Haunted Palace
- Romance
- FairyLand
- Song
- To F-
- To –
- To F-s S.O-d
- To The River-
- The Lake.To-
- The Bells
- A Valentine
- An Enigma
- To —
- To M.L.S.-
- To My Mother
- For Annie
- The pit and the pendulum (1842)
- William Wilson (1839)
- Berenice (conto)
- Morella (conto)
- The Oblong Box (conto)
- The Man of The Crowd (conto)
- The Imp of The Preverse (conto)
- The Fall of The House Of Husher (conto)
- The Assignation (conto)
- The Oval Portrait (conto)
- The King Pest (conto)
- The Gold-Bug (conto)
- Ms.Found In a Bottle (conto)
- The Balloon Hoax (conto)
- Metzengerstein
- Ligeia (conto)
- The Masque of the Red Death
- The Cask of Amontillado (conto)
- “Thou Art the Man” (conto)
- The Spectacles (conto)
- Os Assassinatos da Rua Morgue (conto)
- O Mistério de Marie Rogêt
- The Premature Burial (conto)
- A Tale of the Ragged Mountains (conto)
- The Domain of Arnheim (conto)
- Landor’s Cottage (conto)
- The Island of the Fay (conto)
- The Colloquy of Monos and Una (conto)
- The Conversation of Eiros and Charmion (conto)
- Hop-Frog (conto)
- The Facts in The Case of Mr.Valdemar (conto)






e nunca vi como os outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar das fontes igual à deles;
e era outro o canto, que acordava
o coração de alegria
Tudo o que amei, amei sozinho”
“Tudo o que vemos ou parecemos / não passa de um sonho dentro de um sonho.”
“Na ética o mal é uma conseqüência do bem, assim na realidade da alegria nasce a tristeza. Ou a lembrança da felicidade passada é a angustia de hoje, ou as agonias que são tem sua origem nos êxtases que poderiam ter siso.”
“Para se ser feliz até um certo ponto é preciso ter-se sofrido até esse mesmo ponto.”
“Não é na ciência que está a felicidade, mas na aquisição da ciência.”
“Defino a poesia das palavras como Criação rítmica da Beleza. O seu único juiz é o Gosto.”
“É de se apostar que toda idéia pública, toda convenção aceita seja uma tolice, pois se tornou conveniente à maioria.”
“A vida real do ser humano consiste em ser feliz, principalmente por estar sempre na esperança de sê-lo muito em breve.”
“Os que sonham de dia são conscientes de muitas coisas que escapam aos que sonham apenas à noite.”

Monumento de Allan Poe, em Westminster Hall
Edgar Allan Poe – The Mystery (1994)
Artigo dedicado à Louise Carvalho, admiradora das obras de Edgar Allan Poe.
Edgar Allan Poe, a genialidade detrás de uma mente perturbada.,
Post muito bem feito, parabéns. Essa postagem aumento e muito minha vontade de começar a ler algum livro dele